A depressão mista é um transtorno que associa sintomas de tristeza contínua e persistente a episódios de mania e hipomania
A depressão tem sido considerada o mal do século por muitos especialistas. É cada vez mais comum que a saúde mental seja colocada em pauta em diversas situações, o que tem permitido aos profissionais da área desmistificar alguns tabus e instigar o paciente a buscar por orientação médica e psicológica. Aqui, falaremos sobre uma subclassificação do transtorno, chamada de depressão mista.
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O que é depressão mista?
Também conhecida como episódio depressivo misto, a depressão mista é um subtipo de transtorno depressivo mais intenso, em que os sintomas da patologia estão associados à excitação ou à agitação. Ao contrário da depressão tradicional, em que predominam os sinais de tristeza excessiva, falta de energia e desânimo, na depressão mista ocorre uma combinação de sintomas depressivos e maníacos ou hipomaníacos.
A depressão mista pode ser um desafio para o diagnóstico e o tratamento, uma vez que os sintomas podem ser contraditórios e, muitas vezes, confundidos com outras patologias, como transtorno bipolar ou transtorno de ansiedade. É importante procurar ajuda médica e psicoterapêutica adequada para um diagnóstico correto e um plano de tratamento individualizado.
Quais são as características da depressão mista?
Em geral, podemos dizer que a depressão mista associa as características clássicas de um quadro depressivo, como a tristeza contínua e exacerbada e a apatia para situações antes consideradas prazerosas, como sinais de mania e/ou hipomania.
A psiquiatria entende que a depressão mista pode ser particularmente bastante perigosa, uma vez que as automutilações e as tentativas de suicídio tendem a surgir com ainda mais frequência durante o surgimento de episódios depressivos mistos.
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Existem causas para a depressão mista?
As causas exatas da depressão mista ainda não são totalmente conhecidas pela medicina, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, bioquímicos, ambientais e psicossociais pode contribuir para o seu desenvolvimento.
Pessoas com histórico familiar de transtornos do humor, como depressão ou transtorno bipolar, podem apresentar um maior risco de desenvolver a depressão mista. Alterações nos neurotransmissores, como serotonina, dopamina e noradrenalina, também estão associadas ao desenvolvimento da doença.
Fatores ambientais, como estresse crônico, eventos traumáticos, perda significativa de um ente querido, problemas de relacionamento e dificuldades financeiras, podem desencadear ou agravar a depressão mista. Além disso, a presença de comorbidades, como transtornos de ansiedade ou abuso de substâncias químicas, também pode aumentar o risco de desenvolver o transtorno mental.
Os fatores psicossociais, como baixa autoestima, isolamento social, falta de suporte emocional e dificuldades interpessoais, também podem desempenhar um papel no desenvolvimento da depressão mista. Estes fatores podem afetar negativamente o funcionamento emocional e aumentar a vulnerabilidade para o transtorno.
Sintomas da depressão mista
Conforme já destacado, os sintomas da depressão mista podem combinar aqueles característicos ao quadro depressivo convencional com episódios de mania ou de hipomania. Os sinais podem ser elencados abaixo:
- Sentimentos persistentes de tristeza, desesperança, desânimo ou vazio;
- Diminuição do interesse ou prazer em atividades que costumavam ser agradáveis, incluindo hobbies, relacionamentos e até mesmo sexo;
- Sensação constante de cansaço, falta de energia e dificuldade em realizar tarefas diárias;
- Dificuldade em dormir (insônia) ou sono excessivo (hipersonia), incluindo acordar muito cedo pela manhã;
- Inquietação, dificuldade em ficar parado, agitação física ou lentidão nos movimentos e fala;
- Problemas de concentração, memória ou tomada de decisões;
- Sentimentos intensos de culpa, baixa autoestima, autodepreciação e sensação de ser um fardo para os outros;
- Perda ou ganho significativo de peso, devido a alterações no apetite;
- Pensamentos recorrentes de morte, suicídio ou desejo de não existir;
- Pensamento acelerado, fala rápida e pressão verbal;
- Euforia ou humor inconstante.
Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico de depressão mista é baseado nos critérios estabelecidos pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), que é um guia utilizado por profissionais de saúde mental para o diagnóstico de transtornos psiquiátricos.
Os critérios específicos para depressão mista podem variar ligeiramente, mas, geralmente, envolvem a presença de sintomas depressivos e sintomas de mania ou hipomania por um período mínimo de tempo.
A avaliação começa com uma anamnese detalhada, em que a psiquiatra faz perguntas sobre os sintomas atuais do paciente. Além disso, a especialista investiga o histórico médico e psiquiátrico do paciente, buscando informações sobre eventos de vida significativos, histórico familiar de doenças mentais e ocorrência prévia de episódios de mania.
Possíveis tratamentos
Como em outros transtornos mentais, a depressão mista pode ser tratada tanto com a realização de uma psicoterapia quanto com o auxílio de medicamentos psiquiátricos. Embora a realização de sessões com um psicólogo seja de fundamental importância para trabalhar as emoções, autoconhecimento e superar obstáculos emocionais, é essencial buscar orientação médica.
Caberá à psiquiatra prescrever medicamentos ansiolíticos e/ou antidepressivos nas dosagens apropriadas para o controle dos sintomas. Em alguns casos, também pode ser necessário o uso de estabilizadores de humor, como os medicamentos anticonvulsivantes, para gerenciar os aspectos bipolares da condição.
A dosagem, a frequência e o tipo de medicamento devem ser de escolha exclusiva da psiquiatra, uma vez que fármacos moderadores de humor, quando não utilizados adequadamente, podem gerar dependência ou causar efeitos colaterais adversos e indesejados.
Entre em contato com a Dra. Bruna Rossi.
Fontes:
Associação Brasileira de Psiquiatria
Associação Brasileira de Saúde Mental